Ucrânia: O conflito entre ocidente versus Rússia
By Paulo Cesar
- 3 minutes read - 610 wordsComo podemos compreender os acontecimentos que nos envolvem diariamente? Muitas informações parecem amedrontar os alunos prestes a realizar concursos, principalmente na prova de atualidades. É comum os examinadores perguntarem o que ocorreu em um determinado período e as pessoas envolvidas. Por exemplo, podemos citar uma questão que caiu em um concurso no sentido de identificar quem foi o ganhador do prêmio Nobel da Paz de 2009.
Para responder corretamente esta questão, é preciso usar a memória e, portanto, ler notícias todos os dias a respeito de assuntos em bastante evidência. O vencedor do prêmio Nobel da Paz foi o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Porém, há outras questões que exigem um conhecimento das causas que levaram tal acontecimento a ocorrer. Atualmente estamos diante de fatos que nunca pensamos que ocorressem, como a aproximação dos EUA com Cuba, por exemplo, ou mesmo que um papa argentino pudesse ocupar o poder religioso da Igreja Católica em Roma. Entretanto, é possível enxergar determinados traços bem característicos da Guerra Fria, que opôs americanos e soviéticos no cenário global. É o caso da Ucrânia, que na época desta oposição entre capitalismo e socialismo, pertencia aos soviéticos. Vamos entender quais os elementos que estão em jogo no tabuleiro internacional. De modo, didático, podemos incluir inicialmente as seguintes considerações:
Desde o século XVI, a Ucrânia não era território russo, mas, através de Ivan, o Terrível, alongou o território russo além de suas fronteiras. Isto significa que se alguma potência ocidental da Europa desejasse atacar a Rússia, ela tinha condições de se preparar para a defesa.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os alemães invadiram a URSS a partir da Ucrânia. Portanto, era óbvio que Joseph Stálin, presidente da União Soviética, tomaria a região da Ucrânia para si.
Durante toda a Guerra Fria (1947-1991), a Ucrânia integrava as 15 repúblicas da União Soviética.
Com o fim da Guerra Fria, o capitalismo tornou-se vencedor no cenário econômico e político mundial, e desta forma, acabou por disputar áreas da Ex- URSS para realizar vários acordos políticos e comerciais com estas antigas repúblicas de Moscou. A Ucrânia é parte importante, do ponto de vista geopolítico, pois, possui saída para o Mar Negro, como também, dá acesso ao gás natural proveniente da Rússia, através de imensos gasodutos. A disputa recente entre União Europeia, EUA, e por outro lado, a Rússia pela Ucrânia, simplesmente tornou as relações entre Vladimir Putin, da Rússia, e Obama, dos Estados Unidos insuportáveis.
A questão gira em torno do fato de que parte da sociedade ucraniana deseja se integrar com a União Europeia, onde a grande locomotiva é a Alemanha, país que mais cresce na Europa, e os separatistas, chamados também de terroristas, pelo governo de Kiev, capital do país. A alternância de poder entre as mais diversas facções políticas da Ucrânia, torna a estabilidade financeira da nação cada vez mais combalida. Muitos já morreram no conflito entre aqueles que são pró-Rússia, e os que desejam se aproximar do mundo ocidental, União Europeia e os Estados Unidos. O líder russo, Vladimir Putin declarou várias vezes que não quer a Ucrânia orbitando a esfera europeia – americana, porque considera natural que os ucranianos tenham maior afinidade com os eslavos russos. Exércitos da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e militares da Rússia estão de prontidão para revidar qualquer ataque unilateral. A situação ainda é tensa, mesmo com o acordo de Minsk para o cessar fogo.
De qualquer maneira, os países ocidentais declararam embargo econômico aos russos, pela presença militar existente do exército russo na fronteira com a Ucrânia.
Paulo Cesar Gomes de Souza é professor de História, Filosofia e Política em faculdades e escolas públicas e particulares.