O polêmico Fidel Castro e a Revolução Cubana
By Paulo Cesar
- 5 minutes read - 885 wordsFidel Castro
Alunos concurseiros é bem provável que as próximas provas que envolvam atualidades caiam questões sobre a biografia controversa de Fidel Castro. A Revolução Fria, que se caracterizou pela Bipolaridade entre EUA e URSS que defendiam sistemas antagônicos, como capitalismo e socialismo respectivamente. As ideias socialistas surgiram pelo filósofo Karl Marx que produziu uma série de reflexões sobre as consequências nefastas do capitalismo em cima da classe operária, que pagava o ônus de sustentar os capitalistas.
É lógico que todos os eventos no século XX que tinham uma revolução contrária às ideias defendidas pelos Estados Unidos era considerada de gênero comunista, e, portanto, auxiliada pela União Soviética, que desde 1922 se tornou socialista. Não fogem à regra a Revolução Cultural na China em 1949 e a própria revolução empreendida pelos irmãos Castro em Sierra Maestra na Ilha Caribenha. A morte de Fidel, que passou o poder ao seu irmão Raul Castro em 2008, talvez encerre o último capítulo do socialismo em Cuba, visto que o país está em uma situação econômica precária desde o fim da URSS em 25 de dezembro de 1991. A União Soviética comprava a produção de açúcar feita pelos cubanos, mesmo usando açúcar de beterraba. Isto implicava a entrada de USS 1 bilhão de dólares para o governo de Fidel estruturar a economia planificada da ilha, na parte de educação, saúde e cultura. Com o passar do tempo, a revolução cubana se tornou o parâmetro ou o modelo de uma sociedade socialista para a juventude, principalmente para a UNE, UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES, e que em 1968, cujo presidente era José Serra, atual ministro das Relações Exteriores, preso em Ibiúna no governo militar de Costa e Silva. Este modelo de sociedade socialista habita a cabeça dos jovens em praticamente toda a década de 1960, e até de 1970, que desejava colocar o mesmo sistema no Brasil, tarefa muito difícil de ser efetivada, pelo fato da repressão do regime militar aos protestos e aos grupos de esquerda.
Embora ainda se discuta qual é o melhor sistema, a história da Revolução Cubana traz discussões apaixonadas na defesa do governo de Havana contra aqueles que fazem severas críticas sobre o modo como a oligarquia dos Castro governou o país. É importante mencionar que os debates acalorados se deram no curso da Crise dos Mísseis Cubanos (outubro de 1962), que quase tornou a Guerra Fria em Quente. No entanto, o embargo econômico do presidente americano Kennedy, inviabilizou o crescimento da Ilha, mas, apenas em parte, de acordo com alguns especialistas. A questão é que Fidel sempre acusou o embargo dos EUA como causa da ausência de bens duráveis que pudessem substituir os antigos. Por isso, vê-se carros antigos nas ruas de Cuba, totalmente obsoletos. O que vale dizer que realmente Fidel foi um líder político importante, concordemos ou não com o modus operandi de seu governo ao prender políticos que se recusavam a aderir as suas ideias. Ao sair da faculdade de Direito, Fidel Castro já possuía um certo pendor para discursar publicamente, observando a negatividade dos problemas sociais que acometiam Cuba. Mas não era socialista, somente alguém que queria mudanças sociais em seu país, governado por um também ditador Fulgêncio Batista. Aliás, as concepções socialistas vão ser ensinadas por Ernesto Che Guevara, médico Argentino que se embrenhou na década de 1960 na floresta amazônica boliviana para propagar a ideologia socialista, entretanto, foi morto em 1967, pelo exército da Bolívia. Fidel e Che se conheceram no exílio, em 1953, de Castro no México, lugar que puderam articular como poderiam derrubar Batista do poder. As inúmeras vezes que Fidel fora a Washington conversar com John Kennedy, prometeu jamais mexer nos interesses americanos na Ilha, e, por este motivo, recebeu apoio logístico do governo Kennedy para derrubar Fulgêncio. Em 1958, em 15 de novembro, parte de Sierra Maestra, região de floresta em direção a Havana no dia 1º de janeiro de 1959. Após expulsar Batista de Cuba e outros cubanos que se refugiaram em Miami, Fidel passou a realizar a maior nacionalização da economia, em que as empresas estrangeiras tiveram feridos os seus interesses de lucros, como os bancos e os produtores de açúcar e charutos.
O líder cubano é conhecido por seus longos discursos, mesmo na ONU (Criada em 1945 - Tratado de São Francisco), onde proferiu uma fala de várias horas em setembro de 1960. Podemos afirmar que existem pessoas que defendem o regime de Castro, pois, forneceu subsídios importantes, como a queda acentuada do analfabetismo, a partir de uma transformação do modelo educacional, em que se preparou grandes médicos que atuam no Brasil. Por outro lado, podemos dizer também que a democracia é necessária porque é possível identificar problemas no modelo estipulado pelo governo, e, assim, melhorá-lo sempre. Deste modo, desejamos que os cubanos possam realizar suas críticas, como a blogueira cubana Yone Sánchez, que reitera que em Cuba não há liberdade de expressão, e que é preciso dar voz ao povo de Cuba. Esperamos que a proximidade com os EUA, através de Obama e Raul Castro, possa dar novos ares à política e a economia na Ilha - sobre este assunto, leia meu artigo sobre a Reaproximação diplomática entre Cuba e Estados Unidos.
Artigo escrito pelo Professor Paulo Cesar: professor de Filosofia, Sociologia, História e Atualidades formado pela Universidade de São Paulo.